Whatsapp icon Whatsapp

Exercícios sobre tipos de intertextualidade

Estes exercícios sobre tipos de intertextualidade exigem conhecimentos prévios sobre esse importante recurso da linguística textual.

Questão 1

Estão, entre os principais tipos de intertextualidade:

a) Paráfrase, paradoxo, antítese e anacoluto.

b) Citação, zeugma, elipse e onomatopeia.

c) Citação, paráfrase, paródia e epígrafe.

d) Paráfrase, paródia, hipertexto e intertexto.

e) Citação, epígrafe, hipérbato e inferência.

Questão 2

Sobre os tipos de intertextualidade estão corretas as seguintes proposições:

I. A paródia não pode ser considerada como um tipo de intertextualidade por se tratar de uma releitura cômica, geralmente envolvida por um caráter humorístico e irônico que altera o sentido original, criando, assim, um novo.

II. O termo “paráfrase” vem do grego (paraphrasis) e significa a “reprodução de uma sentença”. Diferente da paródia, ela faz referência a um ou mais textos sem que a ideia original seja alterada.

III. Muitas vezes, a paródia e a paráfrase são consideradas termos sinônimos, no entanto, cada uma apresenta sua singularidade. Ambas são recursos utilizados na literatura, artes, música, cinema, escultura, entre outros.

IV. O termo “epígrafe” vem do grego “epi = posição superior”; “graphé = escrita”. Esse tipo de intertextualidade ocorre quando um autor recorre a algum trecho de um texto já existente para introduzir o seu texto. É um trecho introdutório para outro que venha a ser produzido.

V. Na citação, o texto original é retomado, de forma que seu sentido passa a ser alterado. Normalmente, a paródia apresenta um tom crítico, muitas vezes, marcado por ironia.

a) I e III.

b) II, III e IV.

c) I e V.

d) III, IV e V.

e) Apenas IV está correta.

Questão 3

(Enem – 2009)

TEXTO A
Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.

[...]

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, a noite -
Mais prazer eu encontro la;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.

DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.

TEXTO B
Canto de regresso à Pátria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita
Deus que eu morra
Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo.

ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Cfrculo do Livro. s/d.

Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que:

a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos.

b) a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.

c) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira.

d) o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.

e) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira.

Questão 4

(Enem – 2003)

Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122). Tarsila do Amaral
Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122). Tarsila do Amaral

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.

(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)

b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)

c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)

d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)

e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

Respostas

Resposta Questão 1

Alternativa “c”. A intertextualidade, ou seja, o diálogo que se estabelece entre dois ou mais textos, pode manifestar-se por meio da citação, da paráfrase, da paródia e da epígrafe, seus principais tipos.

Resposta Questão 2

Alternativa “b”. O termo “paródia”, derivado do grego parodès, significa “canto ou poesia semelhante à outra”. Trata-se de uma releitura cômica, geralmente envolvida por um caráter humorístico e irônico que altera o sentido original, criando, assim, um novo. É, portanto, um tipo de intertextualidade. Na citação, há uma transcrição de um texto ao longo de outro, marcada normalmente pelo uso de aspas.

Resposta Questão 3

Alternativa “c”. Apesar da abordagem de um mesmo tema, o texto B revisita de forma crítica o texto A, estabelecendo-se uma relação intertextual, no caso, uma paródia.

Resposta Questão 4

Alternativa “b”. No quadro Operários, de Tarsila do Amaral, a linguagem extralinguística sugere que a diversidade individual é desconsiderada pelo conceito de igualdade de condição de trabalho e, consequentemente, desconsiderada na vida. A mesma sugestão pode ser encontrada nos versos de João Cabral de Melo Neto, pois na fala do protagonista podemos observar a dissolução da individualidade dos nordestinos no trabalho de lavrar a terra. A intertextualidade ocorre por meio do diálogo existente entre a tela de Tarsila e o trecho do livro de João Cabral de Melo Neto.

Assista às nossas videoaulas

Leia o artigo