Questão 1
Vício da fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
(Oswald de Andrade)
Sobre o poema de Oswald de Andrade, estão corretas:
I. O escritor faz uma crítica dirigida àqueles que cometem desvios linguísticos na oralidade, comportamento que contraria a gramática normativa da língua portuguesa.
II. O poema de Oswald de Andrade apresenta uma temática tipicamente modernista. Os modernistas da fase heroica defendiam a língua falada pelo povo brasileiro, considerando suas variações e registros.
III. O poema realiza na prática o que o trecho do manifesto modernista propõe na teoria, ou seja, a incorporação de coloquialismos brasileiros na escrita poética nacional.
IV. Oswald, assim como os demais modernistas, defendiam o uso de um vocabulário formal e livre de intervenções da oralidade.
a) I e IV estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) Todas estão corretas.
Questão 2
(Enem - 2009)
A norma-padrão está vinculada à ideia de língua modelo, seguindo as regras gramaticais de acordo com o momento histórico e com a sociedade
Quanto às variantes linguísticas presentes no texto, a norma-padrão da língua portuguesa é rigorosamente obedecida por meio
a) do emprego do pronome demonstrativo “esse” em “Por que o senhor publicou esse livro?”.
b) do emprego do pronome pessoal oblíquo em “Meu filho, um escritor publica um livro para parar de escrevê-lo!”.
c) do emprego do vocativo “Meu filho”, que confere à fala distanciamento do interlocutor.
d) da necessária repetição do conectivo no último quadrinho.
Questão 3
(Enem – 2014)
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.
(BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em <www.luizluagonzaga.mus.br > Acesso em 5 mai 2013)
A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular regional é
a) “Isso é um desaforo”
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
Questão 4
“A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para os seus membros. Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua própria língua. Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela escola. As variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes, são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam.”
(FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão do preconceito linguístico. Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.)
Sobre o texto de José Luiz Fiorin, é incorreto afirmar:
a) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções comunicacionais.
b) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirmação da identidade de alguns grupos sociais.
c) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras.
d) As variedades linguísticas trazem prejuízos à norma-padrão da língua, por isso devem ser evitadas.
Resposta Questão 1
Alternativa “b”. Os primeiros modernistas estavam preocupados com a criação de uma poesia tipicamente nacional, por isso, voltavam-se para os coloquialismos e desvios da norma culta provenientes da oralidade. Eles acreditavam que o português falado pelo brasileiro comum era a verdadeira língua do Brasil e deveria ser definitivamente aceito como parte de nossa identidade cultural.
Resposta Questão 2
Alternativa “b”. A oração está de acordo com a norma-padrão culta da língua portuguesa, especialmente no que se refere ao emprego do pronome oblíquo no verbo escrever.
Resposta Questão 3
Alternativa “c”. A palavra “cabras”, utilizada para referir-se a “homens”, é bastante utilizada na região Nordeste do Brasil.