Questão 1
Na década de 30 do século passado, pode-se afirmar que o Modernismo, em sua segunda fase, foi:
a) ( ) um momento que viu esgotado seus ideais, cuja prosa possuía um caráter conservador.
b) ( ) um momento em que houve um aproveitamento das conquistas da geração anterior, especialmente as formas, e maior adensamento dos temas.
c) ( ) um momento que possuiu uma prosa regionalista, caracterizada por uma temática do mundo interior por meio de uma análise psicológica das personagens.
d) ( ) um momento em que se buscou traços peculiares de nossa realidade, uso de uma linguagem mais próxima à fala brasileira.
e) ( ) um momento que teve a influência das ideias socialistas.
Questão 2
Relacione as colunas de acordo com os tipos de prosa modernista da segunda fase desse movimento literário:
a) ( ) Prosa regionalista
b) ( ) Prosa urbana
c) ( ) Prosa intimista
I. Cultivada desde o Romantismo, essa prosa focalizava o homem da cidade e seus conflitos sociais, aprofundando a relação entre ser humano e meio e ser humano e sociedade.
II. Essa prosa é uma das inovações propostas pela Geração de 30. A influência da psicanálise de Freud despertava o desejo por temas que investigavam e sondavam o mundo interior, os motivos individuais de cada um e suas origens.
III. Tendência com raízes no Romantismo e adotada por vários escritores naturalistas e pré-modernistas, renasceu com força total na segunda fase do Modernismo brasileiro, trazendo inovações tanto na temática quanto na linguagem. O ciclo nordestino é um dos principais da prosa dessa geração. São abordados inúmeros problemas, como a miséria, a seca, as relações do homem com o povo, com o poder e com o poderosos, a hostilidade, etc.
Questão 3
(Enem - Inep - 2009) No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que:
a) ( ) o romance do Sul do Brasil caracteriza-se pela temática essencialmente urbana, colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.
b) ( ) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
c) ( ) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
d) ( ) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que caracterizam o nosso povo.
e) ( ) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
Questão 4
(Cespe – 2017)
Texto:
O nosso Modernismo importa, essencialmente, na libertação de uma série de recalques históricos, sociais, étnicos, que são trazidos triunfalmente à tona da consciência literária. Esse sentimento de triunfo, que assinala o fim da posição de inferioridade no diálogo secular com Portugal e já nem o leva mais em conta, define a originalidade própria do Modernismo na dialética do geral e do particular.
Na nossa cultura há uma ambiguidade fundamental: a de sermos um povo latino, de herança cultural europeia, mas etnicamente mestiço, situado no trópico, influenciado por culturas primitivas, ameríndias e africanas. Essa ambiguidade deu sempre às afirmações particularistas um tom de constrangimento, que geralmente se resolvia pela idealização.
O Modernismo rompe com esse estado de coisas. As nossas deficiências, supostas ou reais, são reinterpretadas como superioridades, através das vanguardas. A filosofia cósmica e superficial, que alguns adotaram certo momento nas pegadas de Graça Aranha, atribui um significado construtivo, heroico, ao cadinho de raças e culturas localizado numa natureza áspera. O mulato e o negro são definitivamente incorporados como temas de estudo, inspiração, exemplo. O primitivismo é agora fonte de beleza e não mais empecilho à elaboração da cultura. Isso, na literatura, na pintura, na música, nas ciências do homem.
Antonio Candido. Literatura e cultura de 1900 a 1945. In: Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006, p. 126-7 (com adaptações)
De acordo com o texto, o Modernismo renova a estética literária brasileira porque:
a) ( ) acentua a crítica às deficiências nacionais.
b) ( ) valoriza esteticamente elementos anteriormente rebaixados.
c) ( ) produz uma estética desvinculada da realidade brasileira.
d) ( ) idealiza a natureza brasileira e os seus habitantes.
e) ( ) rebaixa criticamente grupos sociais marginalizados.