Questão 1
(Objetiva) Qual figura de linguagem está sendo utilizada no último quadro da tirinha abaixo?
A) Metonímia.
B) Onomatopeia.
C) Hipérbole.
D) Eufemismo.
Questão 2
(Ibade) Observe a imagem abaixo:
Fonte: https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/be/2020/05.jpg
Acesso em 16 jun. 2022.
O texto foi construído levando em conta a seguinte figura de linguagem:
A) antítese.
B) metáfora.
C) comparação.
D) metonímia.
E) eufemismo.
Questão 3
(FGV) Assinale a frase a seguir em que os termos sublinhados não formam uma antítese.
A) Fale bem dos amigos todos os dias. Fale mal dos inimigos pelo menos duas vezes por dia.
B) Ele não sabe nada e pensa que sabe tudo. Isso aponta claramente para uma carreira política.
C) A paz faz crescerem as coisas pequenas; a guerra destrói as grandes.
D) Dos amos, devemos temer tanto sua ira como seu afeto.
E) A caneta que nomeia é a mesma que demite.
Questão 4
(Cetap)
Rio de Lama, Rio de Lágrimas
Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.
Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia — e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.
Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas — quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?
Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.
O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis — projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro —, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?
Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.
Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)
Em “Rio de Lama, Rio de Lágrimas.”, a figura de linguagem presente no termo “Rio de Lágrimas” é o/a:
A) antítese.
B) prosopopeia.
C) hipérbole.
D) eufemismo.
E) pleonasmo.
Questão 5
(Instituto Consulplan) Texto para responder à questão. Leia-o atentamente.
A tediosa vida de um super-herói
Super-homem estava cansado. Não, não tinha nada a ver com o típico esgotamento físico que jamais afetaria o homem de aço. No entanto, havia anos, o super-herói estava cansado da humanidade e dos caminhos tortuosos que ela seguia. Havia décadas ele tentava salvar o ser humano de tragédias incontroláveis e, principalmente, de si mesmo.
No entanto, após tantos planos e esforços, estratégias e salvamentos, ele percebia que as pessoas sempre voltavam à estaca zero. Apático, constatou que bastava salvar alguém de um buraco para este cair em uma vala, no segundo seguinte.
Diante disso, Clarquinho – como era conhecido desde que se mudara para o Brasil – passava seus dias deprimido, trabalhando em um portal de “notícias”, escrevendo artigos sensacionalistas e inócuos: “Este celular vai revolucionar a humanidade” ou “Finalmente, a cura da calvície”.
Na verdade, Clarquinho tinha vontade de escrever um artigo com o título “A tediosa vida de um super-herói”. Despejaria no artigo todo seu desalento, toda mágoa e angústia que o enfraquecia mais do que um quilo de kriptonita aninhado em seu colo.
Certo dia, porém, ele abriu um perfil no Instagram. Extremamente reservado por conta da criação rigorosa que recebera dos pais, era a primeira vez que Clarquinho se enveredava pelas redes sociais. Começou a seguir velhos amigos. Sentiu-se nostálgico ao rever as fotos daqueles que, de uma forma ou outra, fizeram parte de sua vida. Sentiu-se especialmente emocionado ao entrar no perfil de Irene Lane, bisneta de Louis – ela tinha o mesmo sorriso meigo da bisavó.
A rede social prendeu definitivamente sua atenção. Não tendo necessidade de dormir, ele varava noites e madrugadas seguindo pessoas, vasculhando fotos, postando feeds e stories.
Certa noite, lá estava ele novamente vendo o perfil de Irene, quando houve um terrível incêndio na vizinhança – um incêndio de proporções assustadoras. Este era o momento em que ele abriria o pijama, arrebentando desnecessariamente botões – para tão somente ter que costurá-los novamente –, e exibiria o “S” colossal em seu peito. Sua chance de voar em alta velocidade, salvar a vida de inocentes e dar a eles a chance de não caírem no próximo buraco.
No entanto, por algum motivo, Clark não ouviu as sirenes e nem sentiu o cheiro de fumaça. Estava hipnotizado, olhos presos na tela do celular.
Naquele exato momento, Irene havia acabado de postar no Instagram uma foto em preto-e-branco de sua bisavó.
(Juliano Martins. A tediosa vida de um super-herói. Crônicas Corrosivas. Disponível em: https://corrosiva.com.br/cronicas/tediosa-vida-de-um-super-heroi/. Acesso em: janeiro de 2025.)
Qual a figura de linguagem predominante no trecho: “Certa noite, lá estava ele novamente vendo o perfil de Irene, quando houve um terrível incêndio na vizinhança – um incêndio de proporções assustadoras.” (7º§)?
A) Antítese.
B) Metáfora.
C) Hipérbole.
D) Metonímia.
E) Prosopopeia.
Questão 6
(Fundatec) Leia o texto e responda à questão:
(Disponível em: cronicabrasileira.org.br/cronicas/20236/o-morador – texto adaptado especialmente para esta prova).
No trecho “Minha vida aportou aqui sem dizer que ia ficar, tal como a canoa do pescador que para junto a uma pedra, sem saber se é por meia hora ou pelo dia inteiro.” (l. 03-05), qual figura de linguagem está presente no trecho e qual é o seu efeito de sentido?
A) Gradação, apresentando uma sequência de emoções em ordem de intensidade crescente.
B) Hipérbole, exagerando a falta de planejamento do narrador.
C) Comparação, aproximando a chegada inesperada da vida do narrador à parada incerta de uma canoa.
D) Eufemismo, atenuando a sensação de desapego do narrador.
E) Personificação, atribuindo características humanas à canoa.
Questão 7
(Cetrede) No trecho: “A cidade dormia sob um manto de estrelas, enquanto o vento sussurrava segredos nas esquinas.”, a figura de linguagem empregada é
A) metáfora, pois há uma comparação implícita entre a cidade e uma pessoa dormindo.
B) prosopopeia, pois há atribuição de características humanas a elementos inanimados.
C) antítese, pois há oposição de ideias entre “cidade” e “vento”.
D) eufemismo, pois há uma tentativa de suavizar a descrição da cidade.
E) hipérbole, pois há exagero na descrição do cenário.
Questão 8
(Fundatec)
“Grande surpresa da noite”: como a imprensa internacional reagiu ao Globo de Ouro de Fernanda Torres
Por BBC News Brasil
(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/czen47g00k2o – texto adaptado especialmente para esta prova).
Qual é a figura de linguagem presente na seguinte frase: “O silêncio gritava em seus ouvidos”?
A) Personificação.
B) Hipérbato.
C) Eufemismo.
D) Aliteração.
E) Metonímia.
Questão 9
(Ifes) Analise os trechos para assinalar aquele que contém a INCORRETA associação com a figura de linguagem neles presente, indicada didaticamente nos trechos grifados:
A) É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida. (Gregório de Matos) – Metáfora
B) Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura, – Antítese
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria. (Gregório de Matos)
C) Em tristes sombras morre a formosura, – Prosopopeia
Em contínuas tristezas a alegria. (Gregório de Matos)
D) Essa enchente gentil de prata fina, – Oximoro
Que de rubi por conchas se dilata,
Faz troca tão diversa, e peregrina,
Que no objeto, que mostra, e que retrata,
Mesclando a cor purpúrea, e cristalina,
Não sei, quando é rubi, ou quando é prata (Gregório de Matos).
E) “Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. (Sermão da Sexagésima, Padre Antônio Vieira) – Metonímia
Questão 10
(Instituto Consulplan) Texto para responder à questão.
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar,
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não crescem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
(GULLAR, F. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-228.)
A figura de linguagem predominante em “[...] como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca.” (2ª estrofe) é:
A) Ironia.
B) Antítese.
C) Metáfora.
D) Comparação.
Questão 11
(Fundatec)
Escola do crime: a operação que desmontou um curso online para aplicar golpes
Por Fantástico
(Disponível em: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/01/05/escola-do-crime-a-operacao-quedesmontou-um-curso-online-para-aplicar-golpes.ghtml – texto adaptado especialmente para esta prova).
A figura de linguagem metáfora está presente em qual das alternativas abaixo?
A) O céu estava cheio de estrelas brilhantes.
B) Ele correu tão rápido quanto um raio.
C) Aquele homem é uma rocha em momentos difíceis.
D) A criança brincava alegremente no parque.
E) Os pássaros cantavam ao amanhecer.
Questão 12
(Cetrede) Assinale a alternativa em que a classificação da figura de linguagem presente na frase está INCORRETA.
A) As flores não choram. – personificação.
B) Eu morro de amor por ela. – hipérbole.
C) O fazendeiro tem mais de duzentas cabeças de gado. – metonímia
D) Max lia um livro sonolento. – hipálage.
E) Toda guerra finaliza para alcançar a paz. – antonomásia.
Questão 13
(Igeduc)
Seguindo o coelho branco e redescobrindo Monteiro Lobato: o petróleo é nosso e o urânio também
Era uma manhã chuvosa em São Paulo. Entediado, lia a biografia de Soros enquanto esperava a chuva passar para levar um terno à lavanderia. Ao entrar na lavanderia, encontrei um "coelho branco", um funcionário público que mencionou a biblioteca.
Curioso, pedi para acompanhá-lo. A caminhada foi curta e logo estávamos na Biblioteca Monteiro Lobato. Lá, vi parte do acervo doado pela família de Lobato, incluindo roupas, mobílias e objetos pessoais.
Circulando pela biblioteca, deparei-me com a biografia de Lobato em painéis. Fui interrompido por outro "coelho branco" enquanto refletia sobre "O Escândalo do Petróleo" e a perseguição que Lobato sofreu.
Segui o "coelho branco" até um auditório onde um concerto estava prestes a começar. Sentei-me na primeira fila, apreciando a música enquanto pensava sobre a venda de uma jazida de urânio para a China.
A vida é moldada por estímulos externos e internos, nossos "coelhos brancos". Como Alice, às vezes precisamos dar bons conselhos a nós mesmos. Podemos chegar a essas conclusões lendo clássicos ou prestando atenção na vida cotidiana. O ideal é combinar as duas fontes de leitura.
Aldir Guedes Soriano - Texto Adaptado
https://www.imparcial.com.br/noticias/seguindo-o-coelho-branco-e-rede scobrindo-monteiro-lobato-o-petroleo-e-nosso-e-o-uranio-tambem,7009 7
No trecho "A vida é moldada por estímulos externos e internos, nossos 'coelhos brancos'", o autor utiliza uma figura de linguagem para expressar uma ideia abstrata. Qual é essa figura de linguagem e qual seu efeito no texto?
A) Metáfora - A comparação implícita entre os estímulos externos e internos e os "coelhos brancos" cria uma imagem vívida, sugerindo que esses estímulos nos guiam e influenciam de maneira significativa.
B) Hipérbole - A exageração na importância dos estímulos externos e internos enfatiza a influência desses fatores na vida do autor, tornando a comparação mais dramática.
C) Metonímia - A substituição de "coelhos brancos" por estímulos externos e internos sugere que esses estímulos são responsáveis por guiar nossas ações e decisões, assim como o coelho branco guiou Alice.
D) Silepse de gênero - A concordância irregular entre "coelhos brancos" e "estímulos" destaca a diversidade dos estímulos que moldam a vida do autor, enfatizando a complexidade dessas influências.
Questão 14
(Amauc)
Bater perna
Mineiro que é mineiro quando sai de casa quer resolver o mundaréu de convites que estava devendo.
Ele demora para largar o aconchego de seu lar, mas, quando decide, não quer perder a viagem. Pretende aproveitar o máximo do tempo para dar conta da blitz afetuosa e quitar a lista de intenções do ano passado.
Não é mais um passeio, e sim uma romaria. Se perigar, é capaz de visitar cinco pessoas no sábado, com um tiquinho de café num, um tiquinho de broa no outro, jamais recusando provar os petiscos.
Confunde-se com um trem: várias estações a descer até o fim dos trilhos. Não é à toa que suspira "trem" para qualquer "treco".
Mineiro é supersticioso. Não aceita abrir a boca em vão.
Pressinto a correria da esposa no momento em que confessa que a família vem reclamando que anda sumida e que, se continuar sem dar notícias, pensará que ela morreu. Aliás, mineiro apenas aceita notícias pessoalmente, caso contrário não acredita.
Conversar por telefone ameniza a saudade, ajuda um pouco a entender o problema, porém não substitui a presença em carne e osso. Aqui é São Tomé com Phd: só tocando para crer.
Minha esposa quando fala que vai visitar uma tia é uma parcela da verdade: pretende visitar todas as suas tias. É a tia Norma. É a tia Geni. É tia Therezinha. É tia Naná. Será o dia das tias. O dia exclusivo da tiarada.
Não pode deixar nenhuma de fora, para não ser injusta. Pois se uma fica sabendo, o risco da desilusão é iminente. Uma tia pode se sentir preterida e não atender mais as ligações. Mineiro quando se chateia simplesmente não atende mais as ligações. Finge-se de surdo. O silêncio é a sua terrível vingança: desaparece de repente para gerar preocupação, obrigando quem fez a desfeita a ir a sua casa e bater à porta.
A culpa em Minas está diretamente ligada ao amor. Você se vê culpado até por aquilo que não aconteceu.
Força-se a alegria com medo da tragédia.
Ela parte de manhãzinha e somente voltará à noite. Para não render o assunto comigo, avisa que será rapidinho. Leia-se rapidinho em cada uma das trocentas paradas. Já estarei dormindo, certamente, em seu regresso. Nem me preocupo mais como antes.
Às vezes acredito que está em permanente campanha eleitoral, tentando desesperadamente não perder os votos que possuía.
Assim como há a data reservada para as tias, ainda tem o dia dos primos, dos tios, dos tios-avós, dos amigos, dos colegas de trabalho. A sorte que é filha única e sobrou um dia para mim, senão teria ainda o dia dos irmãos.
Nunca vi ninguém cuidar tanto da família como o mineiro. Não suporta o adeus, muito menos tolera o tchau. É inté! (traduzindo: volte logo, sem desculpas).
Disponível em Acesso em 25 nov 2024
No texto, o autor utiliza várias figuras de linguagem para tornar a narrativa mais expressiva e reforçar características culturais do mineiro. No trecho "Confunde-se com um trem: várias estações a descer até o fim dos trilhos", assinale a alternativa que identifica corretamente a figura de linguagem predominante e sua função no contexto.
A) A hipérbole, que exagera a quantidade de visitas realizadas pelo mineiro, enfatizando o humor presente na narrativa.
B) A metonímia, que usa o termo "trem" no lugar de "pessoa", indicando a substituição de um elemento pelo todo.
C) A metáfora, que associa o comportamento do mineiro ao movimento de um trem, reforçando a ideia de intensidade e continuidade nas visitas.
D) A prosopopeia, que atribui características humanas ao trem, criando uma imagem lúdica e expressiva.
E) A comparação, que estabelece uma relação explícita entre o mineiro e o trem, por meio do conectivo "como".
Questão 15
(Fundatec) Analise a seguinte frase: “Estou lendo Monteiro Lobato”. Esse é um exemplo de:
A) Metáfora.
B) Parábola.
C) Metonímia.
D) Antítese.
E) Hipérbole.
Questão 16
(Amauc)
Fechando os olhos para escrever
A vida é espantosamente linda. Só parece curta porque percebemos as dádivas exclusivamente no período em que estamos apaixonados por alguém.
Como a paixão acontece pouco, até cinco vezes numa trajetória, terminamos por desprezar e desmerecer grande parte da beleza dos acasos. Não desfrutamos da tela LED do coração. Das cores. Da exuberância das sutilezas. Da vibração das coincidências. Não aproveitamos o manancial interior, aquela sensação de leveza, de emparelhamento com o destino.
Transferimos a responsabilidade a um outro pelo nosso enamoramento. Dependemos de um romance para experimentar esse superpoder, que fica adormecido longamente em nossa história. Não nos achamos bonitos com frequência, não nos achamos atraentes com constância.
O fato é que somos pouco apaixonados por nós mesmos. Se o despertar fosse por nós, pela nossa própria personalidade, compensaríamos o tempo perdido e inativo da entressafra dos relacionamentos amorosos. Resgataríamos o nosso dom, que somente é explorado a partir de terceiros.
O pessimismo se infiltra na rotina, e não nos permitimos as descobertas. Permanecemos no mesmo lugar conhecido, ainda que não seja nosso lugar predileto, justamente porque nos falta paixão.
Quem tem paixão tem também coragem, tem iniciativa, tem curiosidade. Os dias nunca serão iguais. Existe a disponibilidade para se aventurar. Se você está apaixonado por quem quer que seja, larga o pijama e a série para ir a uma festa desconhecida.
Não se trata de atentar mais para o entorno, para os lados, mas de dar mais chance para o nosso interior. Por que, nos momentos mais profundos da nossa existência, fechamos os olhos?
Quando beijamos quem amamos, fechamos os olhos.
Quando rezamos, fechamos os olhos. Quando cantamos uma música significativa, fechamos os olhos. Ou seja, nos instantes de maior emoção, ao invés de abrir os olhos e enxergar o que está ocorrendo, preferimos não ver nada. Para unicamente sentir. Sentir a pulsação desordenada e caótica da vida.
Fechar os olhos é a prova de que você se entregou ao momento. É quando você está inteiramente presente. É quando você confia de verdade. É quando você finalmente se escuta.
No fundo, nascemos para sonhar. Então, fechamos os olhos, para celebrar o autoencontro.
Fabrício Carpinejar - Texto Adaptado
https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/2024/12/27/fechando-os-olhos-para-escrever
Com base no texto "Fechando os olhos para escrever", de Fabrício Carpinejar, identifique a figura de linguagem predominante no seguinte trecho:
"Não desfrutamos da tela LED do coração. Das cores. Da exuberância das sutilezas. Da vibração das coincidências."
A) Hipérbole.
B) Metáfora.
C) Antítese.
D) Metonímia.
E) Prosopopeia.
Questão 17
(FCC)
A Rua Diferente
Na minha rua estão cortando árvores
botando trilhos
construindo casas.
Minha rua acordou mudada.
Os vizinhos não se conformam.
Eles não sabem que a vida tem dessas exigências brutas.
Só minha filha goza o espetáculo
e se diverte com os andaimes,
a luz da solda autógena
o cimento escorrendo nas formas.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Record. edição digital.)
Ocorre “personificação”, figura que consiste na atribuição de comportamento humano a seres inanimados, em:
A) Na minha rua estão cortando árvores.
B) e o cimento escorrendo nas formas.
C) Minha rua acordou mudada.
D) Os vizinhos não se conformam.
E) Só minha filha goza o espetáculo.
Questão 18
(Fundatec) Analise a seguinte frase: “Diante do perigo, meu amigo foi um leão”. Esse é um exemplo de:
A) Antítese.
B) Metáfora.
C) Hipérbole.
D) Parábola.
E) Metonímia.
Questão 19
(FCC)
O Poeta
Quando surges sonhando e tua lira canta,
Inveja abrindo vai, como esfaimado corvo,
As asas negras pelo abobadado e torvo
Horizonte, em que o Deus da rima se levanta!...
Reatas a obra a imortal da caravana santa
Dos teus mortos irmãos, vencendo o mesmo estorvo,
Tragando o mesmo fel, haurindo o mesmo sorvo
Do veneno letal, que aos cobardes quebranta!
Ornas a Terra e a Terra, ingrata, te apedreja,
Porque o Infinito tens na mente e os pões no verso,
A sustentar, cantando, intérmina peleja.
É um louco! — brada o mundo em tua luz imerso,
Mas segue o raio astral, que pelo Azul dardeja
Doirando as almas como o sol doira o Universo!
(Adaptado de: CARDOSO, Fausto. Esparsos e inéditos. v.1-Poesia. Org. de Jackson da Silva Lima. Aracaju: Secretaria de Educação, Subsecretaria de Cultura, Govemo do Estado de Sergipe, 1980)
a Terra, ingrata, te apedreja,
A alternativa que apresenta figura de linguagem semelhante à presente no trecho acima é:
A) A sustentar, cantando, intármina peleja.
B) Reatas a obra a imortal da caravana santa.
C) Tragando o mesmo fel, haurindo o mesmo sorvo.
D) Dos teus mortos irmãos, vencendo o mesmo estorvo.
E) Mas segue o raio astral, que pelo Azul dardeja.
Questão 20
(FCC)
O Poeta
Quando surges sonhando e tua lira canta,
Inveja abrindo vai, como esfaimado corvo,
As asas negras pelo abobadado e torvo
Horizonte, em que o Deus da rima se levanta!...
Reatas a obra a imortal da caravana santa
Dos teus mortos irmãos, vencendo o mesmo estorvo,
Tragando o mesmo fel, haurindo o mesmo sorvo
Do veneno letal, que aos cobardes quebranta!
Ornas a Terra e a Terra, ingrata, te apedreja,
Porque o Infinito tens na mente e os pões no verso,
A sustentar, cantando, intérmina peleja.
É um louco! — brada o mundo em tua luz imerso,
Mas segue o raio astral, que pelo Azul dardeja
Doirando as almas como o sol doira o Universo!
(Adaptado de: CARDOSO, Fausto. Esparsos e inéditos. v.1-Poesia. Org. de Jackson da Silva Lima. Aracaju: Secretaria de Educação, Subsecretaria de Cultura, Govemo do Estado de Sergipe, 1980)
As metáforas do Deus da rima e do raio astral têm a função de
A) mostrar que a poesia é efêmera e incapaz de novas perspectivas à vida.
B) exaltar a dimensão transcendental da criação poética.
C) criticar a visão religiosa do mundo e da arte.
D) representar a superioridade do poeta sobre os outros homens.
E) simbolizar o conflito entre a razão e a emoção no processo criativo.
Questão 21
(AGIRH) Qual a figura de linguagem temos com a frase:
“Eu li Freud.”
A) Metáfora
B) Eufemismo
C) Metonímia
D) Pleonasmo
Questão 22
(AGIRH) Qual a figura de linguagem temos com a frase:
“O aluno faltou com a verdade?”
A) Metáfora
B) Eufemismo
C) Paradoxo
D) Pleonasmo
Questão 23
(AGIRH)
Os sapos
A figura de linguagem presente nos versos “A grande arte é como / Lavor de joalheiro” é:
A) Anáfora.
B) Aliteração.
C) Comparação.
D) Sinestesia.
Questão 24
(Avança) Leia o texto a seguir para responder à questão.
Menino dado
— Quer esse menininho para o senhor?
Pode levar.
Aconteceu no Rio, como acontecem tantas coisas. O rapaz entrou no café da rua Luís de Camões e começou a oferecer o filho de seis meses. Em voz baixa, ao pé do ouvido, como esses vendedores clandestinos que nos propõem um relógio submersível. Com esta diferença: era dado, de presente. Uns não o levaram a sério, outros não acharam interessante a doação. Que iriam fazer com aquela coisinha exigente, boca aberta para mamar e devorar a escassa comida, corpo a vestir, pés a calçar, e mais dentista e médico e farmácia e colégio e tudo que custa um novo ser, em dinheiro e aflição?
— Fique com ele. É muito bonzinho, não chora nem reclama. Não lhe cobro nada...
Podia ser que fizesse aquilo em bem do menino, por um desses atos de renúncia que significam amor absoluto. O tom era sério, e a cara, angustiada. O rapaz era pobre, visivelmente. Mas todos ali o eram também, em graus diferentes. E a ninguém apetecia ganhar um bebê, ou, senão, quem nutria esse desejo o sofreava. Mesmo sem jamais ter folheado o Código Penal, toda gente sabe que carregar com filho dos outros dá cadeia, muita.
Mas o pai insistia, com bons modos e boas razões: desempregado, abandonado pela mulher. O bebê, de olhinhos tranquilos, olhava sem reprovação para tudo. De fato, não era de reclamar, e parecia que ele próprio queria ser dado. Até que apareceu uma senhora gorda e topou o oferecimento:
— Já tenho seis lá em casa, que mal faz inteirar sete? Moço, eu fico com ele.
Disse mais que morava em Senador Camará, num sobradão assim assim, e lá se foi com o presente. O pai se esquecera de perguntar- lhe o nome, ou preferia não saber. Nenhum papel escrito selara o ajuste; nem havia ajuste. Havia um bebê que mudou de mãos e agora começa a fazer falta ao pai.
— Pra que fui dar esse menino? — interroga-se ele. Chega em casa e não sabe como explicar à mulher o que fizera. Porque não fora abandonado por ela; os dois tinham apenas brigado, e o marido, na vermelhidão da raiva, saíra com o filho para dá-lo a quem quisesse.
A mulher nem teve tempo de brigar outra vez. Correram os dois em busca do menino dado, foram ao vago endereço, perguntaram pela vaga senhora. Não há notícia. No estirão do subúrbio, no estirão maior deste Rio, como pode um bebê fazer-se notar? E logo esse, manso de natureza, pronto a aceitar quaisquer pais que lhe deem, talvez na pré-consciência mágica de que pais deixaram de ter importância.
E o pai volta ao café da rua Luís de Camões, interroga um e outro, nada: ninguém mais viu aquela senhora. Disposto a procurá-la por toda parte, ele anuncia:
— Fico sem camisa, mas compro o menino pelo preço que ela quiser.
ANDRADE, C. D. Menino dado. Correio da Manhã. Disponível em https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/19403/menino-dado.
Observa-se a repetição da conjunção aditiva em “corpo a vestir, pés a calçar, e mais dentista e médico e farmácia e colégio e tudo que custa um novo ser, em dinheiro e aflição?” como um recurso estilístico do narrador. Esse recurso corresponde à figura de linguagem:
A) inversão.
B) anacoluto.
C) polissíndeto.
D) silepse.
E) onomatopeia.
Questão 25
(Unesc) De acordo com Evanildo Bechara, as figuras de linguagem são recursos expressivos que se revelam pelo modo não convencional com que as palavras são trabalhadas. Por motivos variados, ultrapassam o limite de sua primitiva “esfera semântica” e assumem valores novos.
Com base nessas informações, analise as frases abaixo:
"Uma mentira fria e amarga, capaz de corroer a confiança e deixar cicatrizes profundas."
"O cheiro doce e verde do capim trazia recordações da fazenda."
"Um doce abraço indicava que o pai desculpara o filho."
A figura de linguagem que está presente em todas as frases é:
A) Metonímia.
B) Sinestesia.
C) Eufemismo.
D) Catacrese.
Questão 26
(Fafipa) Quanto à conceituação das figuras de linguagem, é INCORRETO afirmar que:
A) a ironia é uma figura de linguagem na qual há a omissão de determinado termo que pode ser compreendido no contexto.
B) na metáfora, há uma comparação implícita.
C) há a imitação de um som na onomatopeia.
D) a hipérbole é um recurso utilizado para expressar uma ideia exagerada.
E) na metonímia, há a substituição de uma palavra por outra, havendo relação entre elas.
Questão 27
(Fundatec)
(Disponível em: www.observatoriodeseguranca.org/a-seguranca-publica-no-brasil/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Na frase retirada do texto “A corrupção mina a confiança nas instituições”, a palavra “mina” expressa o uso de qual figura de linguagem?
A) Hipérbole.
B) Metáfora.
C) Personificação.
D) Comparação.
E) Pleonasmo.
Questão 28
(Facet Concursos) Identifique a definição correta da figura de linguagem nomeada como catacrese:
A) Uso de uma palavra em um sentido figurado, geralmente relacionado à comparação, onde um termo é usado em lugar de outro por falta de um nome específico.
B) Repetição de sons ou sílabas em palavras próximas, criando um efeito sonoro e rítmico.
C) Associação entre dois elementos que não têm relação de semelhança, mas são colocados lado a lado para efeito de contraste.
D) Atribuição de características humanas a seres não humanos ou a objetos inanimados.
E) Figura de linguagem que suaviza a transmissão de uma notícia desagradável na hora de transmiti-la.
Questão 29
(Facet Concursos) Identifique a figura de linguagem presente no trecho a seguir:
“Chove, Chuva, chove sem parar.” (Jorge Ben Jor)
A) Zeugma.
B) Prosopopeia.
C) Metonímia.
D) Aliteração.
E) Antítese.
Questão 30
(FucapSul) Assinale a alternativa que apresenta a figura de linguagem conhecida como gradação:
A) “Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.” (Gregório de Matos).
B) “Na extrema curva do caminho extremo.” (Olavo Bilac).
C) “O amor é fogo que arde sem se ver” (Camões).
D) “Nunca mulher nenhuma foi tão bela.” (Vinícius de Morais).
E) Nenhuma das alternativas anteriores.
Questão 31
(Igeduc) O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
A fila do mineiro
Um comportamento é digno de atenção aqui. Mineiro não forma fila. Ele faz um semicírculo. Um paredão que avança lentamente, ocupando a extensão inteira da calçada. Jamais vi uma fila indiana em Minas, um atrás do outro, como no padrão internacional.
O conjunto irradia espontaneamente para os cantos e laterais. Não se dispõe de maneira uniformizada, em linha reta, como acontece nos demais Estados do país.
Rompe-se com aquele sentimento de rebanho, conduzido pelo vaqueiro em fileira devido às trilhas estreitas e obstáculos das pastagens. É uma fila livre da fila. Todos sabem quando é a sua vez, não há desrespeito ao espaço alheio, à preferência do antecessor.
De modo nenhum, esse movimento de se espalhar é um jeito criativo de furar fila. Existe em cada um a consciência do momento em que se chegou ali e a fixação mental de seu lugar.
A fila se distribui horizontalmente em qualquer ambiente. Pode ser numa unidade de saúde, numa entrevista de emprego, numa balada, na entrada de um restaurante, para realizar algum concurso, para ingressar na escola, para colher autógrafos de um autor, para entrar num estádio ou teatro.
Todo mineiro dá um passo à frente antes da hora, transgredindo a delimitação prévia. Pensei primeiramente que era um recurso para ampliar o campo de visão e espiar o quanto faltava para o final. Até que reparei que tem mais a ver com o afeto: ele reencontra amigos e colegas na fila e puxa assunto lado a lado. Arruma um grupo. Arruma uma panelinha. Arruma um bando. Arruma um clube da esquina.
Tanto que é o único povo no Brasil que conversa no elevador. Fila, então, é sua chance de começar um comício.
É impressionante a sua capacidade de criar raízes nas casualidades. Mesmo quando não conhece ninguém, resgata algum parentesco ou afinidade perguntando onde a pessoa mora, onde nasceu, onde estudou, com o que trabalha. O sobrenome desperta uma família que desemboca num laço remoto, ou uma cidade lembra um parente que resulta numa observação espirituosa, e se estabelece a magia. O mineiro vai questionando exaustivamente, rodeando, numa investigação da intimidade sem precedentes. Sempre acaba achando um ponto em cruz para tricotar coincidências, para firmar convergências.
É o que batizo de "visita de rua". Mineiro não realiza visitas unicamente em casa, mas também efetua abordagens no meio de seu trajeto, pescando colóquios e audiências.
Assim o tempo passa mais rapidamente, o desconforto se transforma em prazer, e nem parece que você estava aguardando algo. Fica, inclusive, com o gosto amargo de ter que se despedir das amizades. É comum se mostrar contrariado ao ser chamado para o guichê ou balcão. Só em Minas, a fila é melhor do que o atendimento.
Fabrício Carpinejar
https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/2024/9/27/a-fila-do-mineiro
Com base no texto "A fila do mineiro", de Fabrício Carpinejar, analise o uso estilístico da linguagem na seguinte frase:
"Mesmo quando não conhece ninguém, resgata algum parentesco ou afinidade perguntando onde a pessoa mora, onde nasceu, onde estudou, com o que trabalha."
Qual recurso estilístico predomina nessa frase e qual é seu efeito no texto?
A) Anáfora, pois há repetição de estruturas sintáticas semelhantes, como "onde a pessoa...", para enfatizar a investigação relacional do mineiro.
B) Elipse, pois omite termos que poderiam ser repetidos, como o sujeito "ele", conferindo fluidez ao texto.
C) Metonímia, pois usa "parantesco" e "afinidade" para simbolizar as relações sociais estabelecidas pelo mineiro.
D) Ironia, pois utiliza uma abordagem humorística para destacar o esforço exagerado do mineiro em encontrar conexões.
Questão 32
(Igeduc) O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
A fila do mineiro
Um comportamento é digno de atenção aqui. Mineiro não forma fila. Ele faz um semicírculo. Um paredão que avança lentamente, ocupando a extensão inteira da calçada. Jamais vi uma fila indiana em Minas, um atrás do outro, como no padrão internacional.
O conjunto irradia espontaneamente para os cantos e laterais. Não se dispõe de maneira uniformizada, em linha reta, como acontece nos demais Estados do país.
Rompe-se com aquele sentimento de rebanho, conduzido pelo vaqueiro em fileira devido às trilhas estreitas e obstáculos das pastagens. É uma fila livre da fila. Todos sabem quando é a sua vez, não há desrespeito ao espaço alheio, à preferência do antecessor.
De modo nenhum, esse movimento de se espalhar é um jeito criativo de furar fila. Existe em cada um a consciência do momento em que se chegou ali e a fixação mental de seu lugar.
A fila se distribui horizontalmente em qualquer ambiente. Pode ser numa unidade de saúde, numa entrevista de emprego, numa balada, na entrada de um restaurante, para realizar algum concurso, para ingressar na escola, para colher autógrafos de um autor, para entrar num estádio ou teatro.
Todo mineiro dá um passo à frente antes da hora, transgredindo a delimitação prévia. Pensei primeiramente que era um recurso para ampliar o campo de visão e espiar o quanto faltava para o final. Até que reparei que tem mais a ver com o afeto: ele reencontra amigos e colegas na fila e puxa assunto lado a lado. Arruma um grupo. Arruma uma panelinha. Arruma um bando. Arruma um clube da esquina.
Tanto que é o único povo no Brasil que conversa no elevador. Fila, então, é sua chance de começar um comício.
É impressionante a sua capacidade de criar raízes nas casualidades. Mesmo quando não conhece ninguém, resgata algum parentesco ou afinidade perguntando onde a pessoa mora, onde nasceu, onde estudou, com o que trabalha. O sobrenome desperta uma família que desemboca num laço remoto, ou uma cidade lembra um parente que resulta numa observação espirituosa, e se estabelece a magia. O mineiro vai questionando exaustivamente, rodeando, numa investigação da intimidade sem precedentes. Sempre acaba achando um ponto em cruz para tricotar coincidências, para firmar convergências.
É o que batizo de "visita de rua". Mineiro não realiza visitas unicamente em casa, mas também efetua abordagens no meio de seu trajeto, pescando colóquios e audiências.
Assim o tempo passa mais rapidamente, o desconforto se transforma em prazer, e nem parece que você estava aguardando algo. Fica, inclusive, com o gosto amargo de ter que se despedir das amizades. É comum se mostrar contrariado ao ser chamado para o guichê ou balcão. Só em Minas, a fila é melhor do que o atendimento.
Fabrício Carpinejar
https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/2024/9/27/a-fila-do-mineiro
Com base no texto "A fila do mineiro", de Fabrício Carpinejar, identifique a figura de linguagem presente na frase a seguir e assinale a alternativa correta:
"Rompe-se com aquele sentimento de rebanho, conduzido pelo vaqueiro em fileira devido às trilhas estreitas e obstáculos das pastagens."
A) Metáfora, pois a frase associa de forma implícita o comportamento das pessoas a um rebanho, criando uma relação de semelhança.
B) Metonímia, pois utiliza o termo "rebanho" para representar um grupo de pessoas que forma uma fila.
C) Hipérbole, pois há uma exageração intencional ao comparar o comportamento em filas ao de animais em pastagens.
D) Prosopopeia, pois atribui características humanas ao sentimento de rebanho, como ser conduzido pelo vaqueiro.
Questão 33
(Cespe / Cebraspe)
O navio negreiro
Castro Alves
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar
(...)
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
(...)
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
(...)
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
A partir da leitura dos excertos precedentes do poema O navio negreiro, de Castro Alves, julgue o item a seguir.
Identifica-se o emprego de metáfora no verso “— Férrea, lúgubre serpente —”.
( ) Certo
( ) Errado
Questão 34
(Cespe / Cebraspe)
Índios
Legião Urbana
Quem me dera, ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha
(...)
Quem me dera, ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente
Quem me dera, ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
(...)
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho, entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício de insistir
Nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi
Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, que apresenta um trecho da letra da canção Índios, interpretada pela banda Legião Urbana, julgue o próximo item.
A repetição da expressão “Quem me dera, ao menos uma vez” em versos da letra da canção caracteriza a figura de linguagem denominada anáfora.
( ) Certo
( ) Errado
Questão 35
(Cespe / Cebraspe)
JOÃO GRILO – Já fui barco, fui navio,
Mas hoje sou escaler.
Já fui menino, fui homem,
Só me falta ser mulher.
Valha-me Nossa Senhora (...)
A COMPADECIDA – Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. (...)
PADRE (ajoelhando-se) – Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus.
JOÃO GRILO – Antes de respondermos, lembrem-se de dizer, em vez de “agora e na hora de nossa morte”, “agora na hora de nossa morte”, porque do jeito que nós estamos, está tudo misturado.
TODOS – Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora na hora de nossa morte. Amém.
Ariano Suassuna. Auto da Compadecida. 26 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1993 (com adaptações)
Em relação à linguagem, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, que apresenta um trecho da obra dramatúrgica Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, julgue os seguintes itens.
Na primeira fala de João Grilo, identifica-se a figura de linguagem denominada metonímia no verso “Já fui barco, fui navio”, por meio da qual o eu lírico estabelece, em relação ao verso “Já fui menino, fui homem”, correspondência entre “barco” e “menino” e “navio” e “homem”.
( ) Certo
( ) Errado
Questão 36
(FGV)
O tempo, como o Mundo, tem dois hemisférios: um superior e visível, que é o passado, outro inferior e invisível, que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os horizontes do tempo, que são estes instantes do presente que imos vivendo, onde o passado se termina e o futuro começa.
VIEIRA, Pe. Antonio. História do Futuro, vol. 1, 1718. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/. Acesso em 19 jul. 2024
No trecho, é possível identificar o emprego das seguintes figuras de linguagem:
A) metáfora, metonímia e prosopopeia.
B) catacrese, antítese e metonímia.
C) hipérbole, prosopopeia e metáfora.
D) antítese, metáfora e comparação.
E) comparação, catacrese e hipérbole.
Questão 37
(Cefet - Adaptada) Leia com atenção o texto a seguir.
TEXTO:
ASSIS, Machado de. O empréstimo. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 1994. V. II. Disponível em: www.bibvirt.futuro.usp.br. Acesso em: 17 ago. 2013. Adaptado.
Evidencia uma metonímia a expressão presente em
A) “Mas não tinha dinheiro; nem dinheiro, nem aptidão ou pachorra de o ganhar” (linha 4).
B) “Nem eu me metia a incomodar os outros sem certeza do resultado.” (linhas 6 e 7)
C) “Os negócios andam mal” (linha 11).
D) “Estendeu a mão ao outro, agradeceu-lhe o obséquio, despediu-se até breve” (linhas 27 e 28).
E) “todos os homens traziam na retina a alma da hospitalidade.” (linha 31).
Questão 38
(FCC)
1. Existem muitas histórias do seu Justinho.
2. Uma vez o Alaor, que era um grande gozador, recebeu o seu Justinho no escritório, de manhã, com uma pergunta.
3. — Seu Justinho, o senhor abotoa a camisa de cima para baixo ou de baixo para cima?
4. — O seu Justinho pensou um pouco. depois respondeu: .
5. — De baixo para cima, como todo mundo.
6. — Epa — protestou o Simas. — Como todo mundo não. Eu abotõo de cima para baixo.
7. O Alaor propôs um plebiscito no escritório. .
8. — Quantos abotoam a camisa de cima para baixo e quantos abotoam de baixo para cima?
9. Curiosamente, fora o seu Justinho e o Simas, ninguém se lembrava como abotoava a camisa. Alguns começaram a tirar a camisa ali mesmo, para ver como as recolocariam. já que nunca tinham reparado naquilo. Mas o seu Justinho os deteve. Tirar a camisa no escritório, onde já se vira? Todos ao trabalho antes que aparecesse o chefe.
10. Mas durante todo o dia o seu Justinho ficou preocupado. No fim do expediente, dirigiu-se ao Alaor.
11. — Não gostei disso que você começou.
12. — Que foi que eu comecei?
13. — Essa história das camisas.
14. — Por que, seu Justinho?
15. — É desagregadora. Vai criar confusão.
16. E, realmente, no dia seguinte não foram poucos os que se declararam perplexos com a questão. Naquela manhã, pela primeira vez em suas vidas, tinham prestado atenção na forma como abotoavam a camisa. Era uma coisa banal, uma ação cotidiana e corriqueira, e, no entanto, todos tinham vivido até então sem saber se abotoavam a camisa de baixo para cima ou de cima para baixo. Era como se não se conhecessem. Um funcionário, inclusive, não compareceu ao trabalho e no outro dia deu a razão: simplesmente ficara paralisado no momento de aboioar a camisa, sem saber se começava por baixo ou por cima. À mulher até pensara que ele estivesse tendo alguma coisa.
17. — Que foi?
18. — Eu não consigo vestir a minha camisa. Eu não consigo vestir a minha camisa!
19. — Deixa que eu ajudo.
20. — Não! Você não vê? Eu é que tenho que vestir. E não consigo decidir se começo a abotoar por baixo ou por cima!
21. Como ele resolvera o problema, para vir trabalhar um dia depois? Botara uma camisa sem botão.
22. Seu Justinho não estava gostando nada daquilo. E nos dias seguintes passou a gostar ainda menos. Notou que todos estavam abalados com a experiência. De repente, por causa dos botões de suas camisas, estavam todos às voltas com graves indagações existenciais, sobre a gratuidade de todas as coisas, sobre os limites do livre arbitro e o lugar do homem num universo aleatório. E aquilo estava prejudicando o serviço.
23. — Viu o que você fez? — perguntou o seu Justinho, brabo, para o Alaor.
24, — Mas era só uma brincadeira!
25. A brincadeira deixara todos angustiados. Até que seu Justinho decidiu tomar uma atitude. Como bom burocrata, baixou uma norma, gue mandou afixar no quadro de avisos.
26. “Neste escritório, todos os homens abotoam a camisa de baixo para cima, revogadas as disposições em contrário.”
27. Houve um certo alívio no ambiente, o que seu Justinho tomou como mais um triunfo da burocracia que afinal não passava de um método para pôr ordem no caos, segundo ele.
28. Mal sabia o seu Justinho que, depois de ler a sua determinação no quadro, todos tinham começado a abotoar a camisa de cima para baixo. A questão não era mais a extensão da liberdade humana num universo indiferente, a questão era contrariar o seu Justinho. Quem ele pensava que era, mandando até nas suas camisas?
(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. Pai não entende nada. Porto Alegre: L&PM, 1996)
Observa-se a ocorrência da figura de linguagem conhecida como antítese no seguinte trecho:
A) Como bom burocrata, baixou uma norma, que mandou afixar no quadro de avisos. (25º parágrafo)
B) Justinho tomou como mais um triunfo da burocracia que afinal não passava de um método para pôr ordem no caos, segundo ele. (27º parágrafo)
C) E, realmente, no dia seguinte não foram poucos os que se declararam perplexos com a questão. (16º parágrafo)
D) Naquela manhã, pela primeira vez em suas vidas, tinham prestado atenção na forma como abotoavam a camisa. (16º parágrafo)
E) De repente, por causa dos botões de suas camisas, estavam todos às voltas com graves indagações existenciais. (22º parágrafo)
Questão 39
(FCC) Atenção: Leia o conto “Casos de baleias”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
A baleia telegrafou ao superintendente da Pesca, queixando-se de que estava sendo caçada demais, e a continuar assim sua espécie desapareceria com prejuízo geral do meio ambiente e dos usuários.
O superintendente, em ofício, respondeu à baleia que não podia fazer nada senão recomendar que de duas baleias uma fosse poupada, e esta ganhasse número de registro para identificar-se.
Em face dessa resolução, todas as baleias providenciaram registro, e o obtiveram pela maneira como se obtêm essas coisas, à margem dos regulamentos. O mar ficou coalhado de números, que rabeavam alegremente, e o esguicho dos cetáceos, formando verdadeiros festivais no alto oceano, dava ideia de imenso jardim explodindo em repuxos, dourados de sol, ou prateados de lua.
Um inspetor da Superintendência, intrigado com o fato de que ninguém mais conseguia caçar baleia, pôs-se a examinar os livros e verificou que havia infinidade de números repetidos. Cancelou-se o registro, e os funcionários responsáveis pela fraude, jogados ao mar, foram devorados pelas baleias, que passaram a ser caçadas indiscriminadamente. A recomendação internacional para suspender a caça por tempo indeterminado só alcançará duas baleias vivas, escondidas e fantasiadas de rochedo, no litoral do Espírito Santo.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)
Na construção de seu conto, Drummond recorre fundamentalmente à seguinte figura de linguagem:
A) antítese.
B) eufemismo.
C) hipérbole.
D) personificação.
E) pleonasmo.
Questão 40
(FGV) A frase abaixo que mostra uma estrutura de antíteses, ou seja, mostra palavras de significados opostos, é:
A) Quanto menos tempo se tem, mais tempo se encontra.
B) As pessoas que não fazem nada nunca têm tempo.
C) Nós matamos o tempo, mas ele nos enterra.
D) Os amigos se mantêm perto; os adversários, mais perto ainda.
E) O tempo perdido não se encontra nunca mais.
Resposta Questão 1
Alternativa D.
No último quadrinho, o caracol repete o que a joaninha falou no quadrinho anterior, mas usando outras palavras com sentido menos intenso, o que é característico do eufemismo.
Resposta Questão 2
Alternativa B.
A imagem apresenta um discurso de comparação implícita (“tempo é dinheiro”), o que é característico da metáfora. Não se trata de uma antítese por não haver contraste entre os elementos. Não é uma comparação, pois não se trata de uma equivalência explícita, e sim implícita. Não é metonímia por não haver substituição entre termos. Não é eufemismo por não haver uma suavização da mensagem.
Resposta Questão 3
Alternativa C.
A antítese forma frases com palavras ou expressões de sentidos opostos, e, nessa alternativa, “crescerem” e “destrói” não têm, entre si, relação de oposição. O oposto de “crescer” seria “decrescer”, enquanto o oposto de “destruir” seria “criar”.
Resposta Questão 4
Alternativa C.
A expressão “rio de lágrimas” alude a um rio formado por gotas de lágrimas, ou seja, à ideia de um choro tão intenso a ponto de as lágrimas formarem o rio. Essa noção de exagero é característica da hipérbole.
Resposta Questão 5
Alternativa C.
A hipérbole é uma figura de linguagem usada para intensificar a mensagem por meio de tom exagerado, o que se percebe em “terrível incêndio” e “incêndio de proporções assustadoras”.
Resposta Questão 6
Alternativa C.
O trecho faz uma comparação entre a permanência do eu lírico no local e a canoa de um pescador junto a uma pedra. Isso fica marcado pela palavra “como”, estabelecendo-se a comparação como figura de linguagem para gerar efeito de sentido.
Resposta Questão 7
Alternativa B.
A prosopopeia (ou personificação) é a figura que atribui qualidades humanas a coisas. No trecho, isso ocorre ao se dizer que uma cidade dorme e que o vento sussurra.
Resposta Questão 8
Alternativa A.
A personificação ocorre ao atribuir a um conceito (o silêncio) uma ação humana (gritar).
Resposta Questão 9
Alternativa E.
Na metonímia, um termo substitui outro com base na proximidade de referências. No entanto, no trecho grifado da alternativa E, não ocorre esse tipo de substituição. Portanto, não se trata de uma metonímia, sendo essa a alternativa incorreta como pede a questão.
Resposta Questão 10
Alternativa D.
A palavra “como” deixa explícita a relação entre as ideias, correspondendo à figura de linguagem da comparação.
Resposta Questão 11
Alternativa C.
A metáfora faz uma comparação de maneira implícita. Na alternativa, o homem é comparado a uma rocha devido à sua resistência em momentos difíceis.
Resposta Questão 12
Alternativa E.
A antonomásia substitui um termo por outro baseando-se numa característica. No entanto, a frase da alternativa não apresenta essa substituição, não sendo, portanto, uma antonomásia. Dessa forma, essa é a alternativa incorreta pedida pela questão.
Resposta Questão 13
Alternativa A.
No trecho, “coelhos brancos” é implicitamente comparado a “estímulos externos e internos”, estabelecendo um paralelo entre os estímulos e a figura de coelhos brancos.
Resposta Questão 14
Alternativa C.
O texto disserta sobre o conceito de “passeio” atribuído a mineiros, comparando-o a um trem sem usar palavras que explicitem essa comparação. Portanto, trata-se de uma metáfora.
Resposta Questão 15
Alternativa C.
Monteiro Lobato é um autor. A frase substitui o livro lido pelo autor do livro em questão, o que é característico da metonímia.
Resposta Questão 16
Alternativa B.
Há metáfora no trecho ao aplicar-se a ideia de “tela LED” ao coração para sugerir-se algo visual e luminoso. Essa comparação é feita de modo implícito, caracterizando a metáfora.
Resposta Questão 17
Alternativa C.
Ao atribuir uma ação humana (acordar) a um conceito que representa algo inanimado (rua), ocorre a figura da personificação na frase.
Resposta Questão 18
Alternativa B.
Há metáfora ao comparar-se o amigo a um leão, por conta de sua coragem, sem usar termos que explicitem se tratar de uma comparação.
Resposta Questão 19
Alternativa E.
A figura de linguagem ocorrida no verso é a personificação, em que se atribui a algo inanimado (a Terra) uma ação humana (apedrejar). Essa figura se repete apenas na alternativa E ao atribuir-se ao “raio astral” (algo inanimado) uma ação humana (dardejar).
Resposta Questão 20
Alternativa B.
O poema é composto por uma metáfora que compara a criação poética e a criação do mundo por uma visão religiosa cristã. Essa metáfora busca exaltar a criação poética como uma expressão que vai além do mundo terreno, tocando algo maior e transcendental.
Resposta Questão 21
Alternativa C.
A metonímia é a figura de linguagem em que se substitui um termo por outro, que servirá de equivalente. Na frase, substitui-se a expressão “o livro” pelo nome de seu autor.
Resposta Questão 22
Alternativa B.
Na frase, a expressão “faltou com a verdade” é usada para substituir o verbo “mentiu”, de modo a tornar o enunciado mais sutil e menos impactante, o que é característico do eufemismo.
Resposta Questão 23
Alternativa C.
Na frase, usa-se uma comparação entre a grande arte e o lavor de joalheiro. Essa comparação é explicitada pelo uso da palavra “como”.
Resposta Questão 24
Alternativa C.
O polissíndeto é a figura de linguagem em que se repete uma conjunção para gerar-se um efeito de sentido. A conjunção “e” é repetida no trecho para criar-se o efeito de sequência de ações, passando a sensação de movimentação intensa.
Resposta Questão 25
Alternativa B.
A sinestesia se caracteriza por criar efeitos de sentido por meio de expressões que misturam diferentes sensações percebidas pelos órgãos sensoriais, como em “mentira fria e amarga” (tato e paladar), “cheiro doce e verde” (olfato, paladar e visão) e “doce abraço” (paladar e tato).
Resposta Questão 26
Alternativa A.
A ironia é uma figura de linguagem caracterizada pelo uso de expressões cujo significado é oposto ao que se quer expressar realmente, de maneira proposital. Portanto, a alternativa está incorreta, que é o que pede o enunciado.
Resposta Questão 27
Alternativa B.
O uso do verbo “minar” é feito de maneira não literal para comparar implicitamente a corrupção com algo com poder destrutivo, já que a metáfora é usada para expressar como a corrupção destrói a confiança.
Resposta Questão 28
Alternativa A.
Na catacrese, usa-se um termo por empréstimo para designar algo que não tem um nome específico, como em “pé da mesa”.
Resposta Questão 29
Alternativa D.
A aliteração se caracteriza pela repetição de sons consonantais. No trecho, repete-se o som do dígrafo CH para simular o efeito de chuva.
Resposta Questão 30
Alternativa A.
A gradação ocorre com a sequência de expressões que intensificam uma ideia. No verso de Gregório de Matos, as expressões “terra”, “cinza”, “pó”, “sombra” e “nada” mostram uma sequência de desintegração de algo, primeiro em terra até não haver mais nada.
Resposta Questão 31
Alternativa A.
No trecho, a repetição de frases iniciadas por “onde” caracteriza a figura da anáfora, em que ocorre uma sequência de frases com a mesma estrutura sintática.
Resposta Questão 32
Alternativa A.
O trecho compara, de forma implícita, o comportamento de um grupo de pessoas idêntico ao comportamento de um rebanho. Portanto, usa-se uma metáfora para representar esse comportamento.
Resposta Questão 33
Certo.
Na terceira estrofe, “a mesma corrente” é comparada de maneira implícita a uma “férrea, lúgubre serpente”. Portanto, ocorre metáfora nesse verso.
Resposta Questão 34
Certo.
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos. A canção “Índios” inicia diversas estrofes com a mesma estrutura sintática: “quem me dera, ao menos uma vez”, ocorrendo anáfora nela.
Resposta Questão 35
Errado.
A análise feita no enunciado configura uma metáfora, já que compara de modo implícito as figuras do “barco” e do “menino”, do “navio” e do “homem”. A metonímia é uma substituição de um termo por outro, devido à proximidade de referências, e não uma comparação.
Resposta Questão 36
Alternativa D.
Há partes do texto em que se usa a antítese por meio do uso de palavras com sentidos opostos, como “passado”, “superior” e “visível”, que se opõem a “futuro”, “inferior” e “invisível”. A metáfora se faz presente pela comparação implícita do tempo como um mundo com hemisférios. Já a comparação é estabelecida em alguns momentos do trecho em que a palavra “como” explicita a relação que é feita entre os conceitos.
Resposta Questão 37
Alternativa E.
Na frase, a palavra “retina” é usada para substituir a palavra “olho”, trocando a parte pelo todo e estabelecendo relação por lógica. Assim, ocorre metonímia na frase dessa alternativa.
Resposta Questão 38
Alternativa B.
A antítese se caracteriza pelo uso de palavras de sentidos opostos para criar um efeito de sentido no texto, o que ocorre na expressão “pôr ordem no caos”, com as palavras “ordem” e “caos”.
Resposta Questão 39
Alternativa D.
O personagem principal do conto, uma baleia, realiza ações humanas, como telegrafar e providenciar registro. Esse tipo de construção configura uma personificação, atribuindo ações humanas a animais irracionais ou a seres inanimados.
Resposta Questão 40
Alternativa A.
Na antítese, duas palavras com sentidos opostos são usadas juntas na frase para causar um efeito de sentido. É o que ocorre na frase da alternativa A, em que se tem as palavras “menos” e “mais”.
RECOMENDADOS PARA VOCÊ
Ferramentas Brasil Escola



